Nas Igrejas evangélicas, por exemplo, as tradicionais apresentações natalinas estão suspensas.

A Tenda Espiritualista Mãe Tutu deve restringir o número de participantes nos ritos de fim de ano.

Camila Albano/Divulgação Assim como quase todo o calendário festivo de 2020, o Natal deste ano será afetado pela pandemia.

Em templos de diferentes religiões no Ceará, os líderes optaram por suspender eventos e jantares ou limitaram a quantidade de pessoas em culto, além de buscarem opções para as festas de fim de ano.

Localizada na Comunidade do Brooklyn, no Bairro Luciano Cavalcante, a Tenda Espiritualista Mãe Tutu deve restringir o número de participantes nos ritos de fim de ano.

“Na umbanda, os rituais de fim de ano vão de acordo com cada casa.

Na Tenda, a gente finaliza o ano com uma louvação a Oxóssi, povo de mata, junto comigo, os filhos da casa e os convidados, aqueles que vêm receber o axé”, detalha Mãe Telma, responsável pela casa.

Conforme a mãe de santo, até 80 pessoas participavam da “gira de Oxóssi” nos anos anteriores.

Já neste ano, apenas 23 pessoas, consideradas filhos da casa, estarão presentes nas celebrações.

“A minha casa abre as portas para receber pessoas independente de etnias ou crenças.

Porém, nesse ano, a diferença vai ser enorme, mas vamos lembrar de todas aquelas pessoas que não vão poder estar presentes”, pontua.

Mãe Telma explica ainda que há uma tradição de ajudar a comunidade local, independentemente da época, criada há sete anos, junto com a inauguração da Tenda.

Nomeada como “Natal do Axé”, a campanha visa arrecadar e doar 40 cestas básicas.

“A gente se propôs a cuidar da comunidade como eles cuidam da gente.

É como se fossem pessoas da família”, comenta.

“Tentamos ter uma positividade consciente, sabendo que tudo o que a gente emana, a gente recebe.

Apesar de toda a dor que vivenciamos, nós vamos agradecer e pedir pelo ano aos Orixás”, pontua Mãe Telma.

Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, não devem acontecer eventos presenciais, como a apresentação do coral.

Arquivo pessoal Já no início de dezembro, as 80 sedes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Estado costumavam começar a preparação para o dia 25.

“Fazemos os ensaios para as apresentações dos corais, além do costume de fazer doações humanitárias durante o mês.

No dia do Natal, temos reuniões e um jantar ecumênico, com uma parte espiritual, relembrando o nascimento de Jesus, e depois ceiamos juntos”, lembra Élder Henrique Simplício, setenta autoridade de área-Brasil.

Neste ano, no entanto, a programação sofre com as consequências da Covid-19.

“Não faremos as celebrações presencialmente nos nossos templos e capelas.

A orientação é que seja feita de forma remota, tanto para o Natal quanto para o Ano Novo.

Também pedimos que as famílias devem estar reunidas em casa, apenas com o núcleo familiar mesmo, sem grandes aglomerações”, diz.

“Sabemos que o Natal é um momento especial, significa muito para nós, mas precisamos pensar nos cuidados com o próximo”, conclui Élder.

Para as mais de quatro mil igrejas evangélicas do Ceará, a orientação é para que haja apenas o culto de Natal no dia 25, segundo o pastor Sandro Fiúza, também representante da religião no Comitê Covid-19 do Governo do Estado.

“Não teremos peças teatrais, nem coral.

O que faremos é o culto de gratidão mesmo, seguindo todos os protocolos sanitários que o vírus impõe”, comenta.

Igrejas evangélicas devem ter culto apenas no dia 25.

Arquivo pessoal “No ano passado, na semana do Natal, tivemos peças, musicais, apresentações em teatros, no Centro de Eventos, e neste ano está restrito”, finaliza.

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Publicada por: RBSYS