Como disse na semana passada, tive o maior prazer em estar presente no IUNS 2017, em Buenos Aires. Muito conhecimento técnico combinado com atualização científica e um grande encontro de profissionais renomados que trouxeram a ciência de alto grau de evidência junto à prática clínica.
O simpósio do Doutor Ronald Mensink foi baseado em gorduras, sua maior área de pesquisa na Nutrição. Uma dieta baseada em gordura faz bem ou mal? A gordura saturada pode ser consumida livremente? O debate em torno desse tema ganhou espaço principalmente após uma publicação do The Lancet, divulgada este ano, que já mencionei aqui no 3 verdades e 1 mito sobre as gorduras e carboidratos.
As doenças cardiovasculares são multifatoriais e, por isso, não dependem apenas da alimentação inadequada, mas também de todo um estilo de vida desequilibrado, em geral. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco para desenvolver essas doenças diminui se o consumo de gorduras saturadas representar menos de 10% do total calórico da dieta. Segundo Mensink, um alimento ou um padrão alimentar são bem mais relevantes do que um único nutriente, pois é preciso considerar o hábito da população como um todo.
A alimentação baseada em vegetais, legumes, frutas, cereais integrais e leguminosas deve ser o padrão de qualquer "estilo de vida", sempre lembrando que nenhuma comida é milagrosa, nem tampouco vilã e que o equilíbrio é a chave de todo sucesso nutricional. As gorduras saudáveis presentes no azeite de oliva, no abacate e nas oleaginosas, com certeza, devem fazer parte deste equilíbrio. A mudança de hábitos não é de um dia para o outro, é preciso construir!
Publicada por: RBSYS