loader

Pianista fala do trauma da guerra na Ucrânia

  • Home    /
  •    Notícias    /
  • Pianista fala do trauma da guerra na Ucrânia
Pianista fala do trauma da guerra na Ucrânia

Em entrevista ao Jornal Nacional, pianista ucraniano, que ficou no cativeiro quatro meses e experimentou uma rotina de torturas, diz que a pessoa que era antes da guerra não existe mais - os sonhos, o estilo de vida, nada é igual.

O combate no leste da Ucrânia já matou 14 mil pessoas, nos dois lados.

Pianista fala do trauma da guerra na Ucrânia Os confrontos entre ucranianos e separatistas russos já acontecem há anos.

O Jornal Nacional conversou com uma vítima dessa guerra: um sobrevivente que diz que se sente como se tivesse morrido.

Quem conta essa história são os enviados especiais à Ucrânia: Pedro Vedova, Igor Arroyo e Ernani Lemos.

Era exatamente assim que ele fazia depois do combate: Ihor corria para música; acalmava a si mesmo e aos camaradas.

Aqueles dedos também sabem operar um instrumento bruto: um lança-foguete, meio metro maior do que o piano.

No espetáculo horroroso da guerra, a música protege a mente; a arte devolve a humanidade ao front.

Chegam à Europa primeiros militares americanos que vão reforçar fronteiras com a Ucrânia Ihor contou que, por ser músico, procurou proteger os ouvidos.

Depois de alguns meses, ele era o único lançador de foguete que tinha uma boa audição.

Mas não há proteção para aquilo que os olhos veem.

O pianista nunca vai esquecer da data: 29 de agosto de 2014.

As forças separatistas de origem russa ficaram de tocaia por três dias e fizeram uma emboscada certeira.

Ihor viu mais de 100 colegas ucranianos morrerem e incontáveis serem feridos; um banho de sangue.

Ele ficou no cativeiro quatro meses e experimentou uma rotina de torturas.

Os separatistas mandavam o pelotão ajoelhar em frente aos fuzis e gritavam: “preparar, apontar e…”.

E Em uma dessas simulações de execução, Ihor morreu.

O pianista disse que o cara de antes da guerra não existe mais - os sonhos, o estilo de vida, nada é igual.

Ele fez parte de uma grande troca de prisioneiros.

Ganharam a liberdade, mas estavam presos à vingança.

O grupo criou um novo batalhão e foi revidar.

O combate no leste da Ucrânia já matou 14 mil pessoas, nos dois lados.

É um conflito que muita gente chama de fratricida - o assassinato entre irmãos.

A maioria dos ucranianos fez serviço militar obrigatório, mas não tinha experiência em combate.

O nacionalismo vai quebrando cada vez mais famílias.

O pai do separatista disse que mataram a gentileza; ele não acredita mais em ninguém.

O rebelde imóvel no frio e no vento espera há oito anos uma paz que não chega.

Eles alternam o tédio absoluto com a luta pela vida, com a disputa pela morte.

Oleg acha que nenhum dos lados quer mais lutar.

A guerra muda a personalidade de quem vai para o front.

As forças ucranianas e os separatistas são peões dos homens de terno.

Ihor disse que não sente mais fortes emoções: felicidade nem tristeza.

Ele não sorri, por exemplo, ao tomar um cafezinho ou em um encontro com amigos.

O pianista não parou de tocar, mas deixou de se tocar com a vida.

Mas tem agora uma segunda chance: lhor acaba de virar pai.

O filho tem a missão de trazer a alegria de volta; um bebê que já nasce combatente.


Publicada por: RBSYS

BAIXE NOSSO APP

Utilize nosso aplicativo para escutar RÁDIO TOP ITATIBA direto de seu dispositivo movel.

img

Copyright © 2024 RÁDIO TOP ITATIBA . Peça sua Música que Tocamos Pra você